Encontro agita a cena do chamamé neste fim de semana em Campo Grande
TVE
Cultura garante realização do 1º Encontro de Chamamezeiros de Mato Grosso do
Sul, com três dias de transmissão ao vivo de todos os shows do evento
Foi por pouco. Em decorrência de mais uma escalada no
número de casos de Covid-19, quase os apreciadores da música regional ficaram
sem o 1º Encontro de Chamamezeiros de Mato Grosso do Sul.
Mas a TVE Cultura mergulhou de cabeça no projeto e vai
transmitir, na íntegra e ao vivo, todos os shows programados para os três dias
de evento a partir de amanhã.
Grandes nomes que agitam a cena do chamamé no Estado
estarão reunidos desta sexta-feira até domingo, em Campo Grande, para o
encontro, que tem apoio da Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul.
As transmissões começam em horários distintos a cada dia –
17h na sexta, 16h no sábado e 9h no domingo – e também poderão ser acompanhadas
pelas redes sociais da emissora e do evento. O gênero musical foi tombado como
bem imaterial sul-mato-grossense em junho do ano passado.
Jakeline Sanfoneira, Marlon Maciel, Davi Júnior, Castelo,
Maninho Rocha, Ramão Martins, Caio Escobar, Marcelo Loureiro, Alcir Rodrigues,
Carlos Martinez e Wilson Braga, Paulo & Sérgio Arguelo, Gabriel Flores,
Grupo Chama Campeira, Dom Ramón Sanfoneiro e, juntos no palco, Rivair, Rivamar
& Grupo Desparramo estão entre os nomes escalados.
Estão programadas 18 apresentações, com a participação de
dezenas de atrações, entre artistas solo, duplas, conjuntos musicais,
dançarinos, cantores e instrumentistas.
MÚSICA
DA FRONTEIRA
A música paraguaia será representada pelo harpista Fábio
Kaida, e o Rio Grande do Sul pelo acordeonista Desidério Souza, nascido na
cidade de São Luiz Gonzaga (RS).
“O 1° Encontro de Chamamezeiros de Mato Grosso do Sul tem o
objetivo de preservar as nossas raízes pantaneiras e fronteiriças, onde o
chamamé, a polca paraguaia e a guarânia são ritmos que fazem parte de nossa
expressão cultural musical, ritmos entranhados na alma do povo sul-mato
grossense”, diz o produtor Orivaldo Mengual, diretor do evento.
“Mato Grosso do Sul tem uma influência fronteiriça. Quando
eu digo fronteiriça, é pela proximidade com o Paraguai. Herdamos, por convívio,
essa influência da polca, e essa polca paraguaia vai se transformando em um
rasqueado e também na guarânia. Esses ritmos, de certa maneira, também
adentraram no Brasil. O rasqueado foi uma derivação da polca. Nossa maior
representante é a dupla Délio & Delinha, que praticamente desenvolveu essa
marca”, reforça Moacir Lacerda.
Líder do Grupo Acaba, o músico costuma cruzar a sonoridade
pantaneira com o chamamé em diversas de suas composições, a exemplo de “Raios
da Infância (Mi Querida Villa Guillermina)”, em parceria com Vera Gasparotto e
Vandir Barreto, e “Origem do Chamamé”, com Gasparotto e Aurélio Miranda.
Mengual, por sua vez, destaca a valorização dos artistas
chamamezeiros com a realização do encontro, ainda que o evento esteja em sua
primeira edição.
“Este encontro é o mais importante do gênero no Brasil,
onde as vertentes sonoras brilharão em uma festa única e imperdível, cheia de
grandes emoções e do puro chamamé”, comenta o responsável pelo evento, uma
iniciativa do Programa A Hora do Chamamé e do Instituto Cultural Chamamé MS,
com apoio da Fundação de Rádio e Televisão Educativa de Mato Grosso do Sul –
Rede Educativa de Rádio e Televisão (Fertel).
GUARANIS
E ESPANHÓIS
“O chamamé é uma música correntina, dali da região de
Corrientes, Resistência, Villa Guillermina, na região sudoeste da Argentina.
Essa música tem uma origem indígena, dos guaranis e dos espanhóis, que, de
certa maneira, colonizaram aquela região, onde se faz muita atividade
agropastoril, absorveram essa música e deram uma característica própria também.
É uma marca muito forte de uma expressão, é uma música contagiante, envolve
também o lado da dança, e não há dúvida de que realmente é uma marca de
identidade da latinidade”, explica Lacerda.
“Uma música muito original, peculiar daquela região, mas
que tem um poder de expansão muito grande. Tanto é que o chamamé vai entrando
no Brasil, entra no Uruguai, praticamente em toda a Argentina e também no
próprio Chile, chegando até o Peru”, observa.
“Orivaldo Mengual é um patrono do chamamé aqui e, de certa
maneira, ajudou a própria Corrientes também para que o chamamé se tornasse um
patrimônio imaterial da humanidade. Quero parabenizar”, exalta o músico.
“Aqui, [o chamamé] tem raízes praticamente em todos os municípios, tem essa chama chamamezeira. As águas do Rio Paraguai vão fertilizando por onde passam. E, por onde o rio vai passando, essa cultura vai se permeando e vai fertilizando também as criações”, arremata Lacerda.
Veja mais detalhes do encontro de chamamezeiros
Onde assistir:
TVE Cultura
www.portaldaeducativa.ms.gov.br
www.chamamems.com.br
Redes sociais:
www.facebook.com/encontrochamamezeirosms/
www.facebook.com/programahoradochamame/
YouTube:
Orivaldo Mengual e Chamamems
SEXTA-FEIRA (18/02) – 17h
SÁBADO (19/02) – 16h
DOMINGO (20/02) – 9h