Renda no campo deve atingir recorde de R$ 635,2 bi em 2020
Cálculos do Ministério da Agricultura indicam aumento de 2,96% (mais R$ 18,2 bilhões) no valor bruto da produção agropecuária
As projeções iniciais da
Secretaria de Política Agrícola do Ministério da Agricultura (SPA/Mapa) indicam
que o valor bruto da produção agropecuária deve atingir o valor recorde de R$
635,2 bilhões em 2020. A expectativa é de aumento de 2,96% na renda no campo,
dentro da porteira, em relação ao faturamento de R$ 616,9 bilhões estimados
para este ano, o equivalente a mais R$ 18,2 bilhões.
O principal destaque positivo é o aumento previsto de 15,1%
(mais R$ 20,3 bilhões) no faturamento dos produtores de soja, que deve somar R$
155,3 bilhões em 2020. A maior perda projetada é para os citricultores, cuja
renda deve encolher 23% (R$ 3,099 bilhões) para R$ 10,3 bilhões.
A perspectiva de aumento das exportações brasileira para o
mercado chinês, por causa da disputa comercial do país com os Estados Unidos,
que levou à restrição às compras de produtos norte-americanos, além do abate de
porcos devido à peste suína africana, impulsiona a renda do setor de carnes.
Pelos cálculos da SPA/Mapa o valor bruto do setor de proteínas
animais deve crescer 6,9% (mais 14,6 bilhões) para o recorde histórico de R$
228,3 bilhões. A principal contribuição vem da pecuária de corte, cuja renda
deve aumentar 12,1% (mais R$ 10,3 bilhões) para R$ 96 bilhões. No frango o
aumento esperado é de 3,9% para R$ 66,1 bilhões, e nos suínos crescimento de
15,7% para R$ 19,2 bilhões.
No caso dos produtos agrícolas, a expectativa é de recuperação
da renda, com aumento previsto de 0,9% (mais R$ 3,6 bilhões) para R$ 406,8
bilhões, o segundo maior valor da série histórica. O expressivo aumento no
faturamento da soja deve compensar as quedas de renda de produtos importantes
como o milho (menos 3,5% para R$ 59,8 bilhões); batata inglesa (menos 40% para
R$ 4,9 bilhões); tomate (menos 37,4% para R$ 6,5 bilhões; e algodão (menos 6%
para R$ 39,4 bilhões).
Outros dois produtos importantes que devem apresentar retração
na renda são café e cana-de-açúcar. No caso do café a queda esperada é de 9,8%
(menos 1,8 bilhão) para R$ 21,1 bilhão. Na cana a perda seria de 2,8% (menos R$
1,6 bilhão) para R$ 56,7 bilhões. (RGR).
Fonte: Agrolink