Setor pecuário acredita que vendas serão retomadas esta semana
Representantes confiam no controle sanitário feito pelo Mapa
"A suspensão das
exportações de carne bovina para China devem ser liberadas até o final desta
semana e a decisão do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
(Mapa) teve caráter técnico e protocolar".
A afirmação foi feita pelo presidente do Sindicato Rural de
Campo Grande, Corguinho e Rochedo, Alessandro Coelho, nesta segunda-feira (3)
sobre a confirmação do caso de Encefalopatia Espongiforme Bovina, conhecida
como Mal da Vaca Louca, em Mato Grosso.
Em razão da confirmação da doença, o ministério brasileiro
(Mapa) emitiu um documento oficial no qual informa que estão suspensos
temporariamente, os embarques de carne bovina para o país asiático, desde 31 de
maio.
Coelho destaca que o produtor rural de todas regiões do país
estão produzindo carne de qualidade, reconhecida internacionalmente e um dos
quesitos é a eficiêncian no processo produtivo.
"Nosso objetivo é avançar cada vez mais no atendimento das
questões sanitárias, a fim de eliminar a vacinação da aftosa até 2021 e
mantendo o exemplo no critério saúde animal", pontua.
REPRESENTATIVIDADE
A Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes
(ABIEC) também se posicionou sobre a confirmação da doença e reforça que confia
nos procedimentos adotados pelo Mapa.
"O trabalho conduzido pelo Programa Nacional de Prevenção e
Vigilância da Encefalopatia Espongiforme Bovina (PNEEB) demonstra que se trata
de um caso isolado, de ocorrência atípica da doença. O animal diagnosticado
tinha idade avançada, 17 anos, quando foi abatido", pontua a diretoria.
Cabe ressaltar que o Mapa e o Instituto de Defesa Agropecuária
de Mato Grosso (INDEA/MT) iniciaram imediatamente as investigações de campo,
com interdição da propriedade de origem.
Todas as ações sanitárias de mitigação de risco foram concluídas
antes mesmo da emissão do resultado final por laboratório de referência da
Organização Mundial de Saúde Animal (OIE). Após a confirmação, na sexta-feira
(31), o Brasil notificou oficialmente à OIE e os países importadores, conforme
preveem as normas internacionais.
Segundo as normas da OIE, não haverá alteração da classificação
de risco do Brasil para a doença, que continuará como país de risco
insignificante, a melhor possível para a EEB. Em mais de 20 anos de vigilância
para a doença, o Brasil registrou somente três casos de EEB atípica e nenhum
caso de EEB clássica.
A associação acrescentou ainda que o caso não representa risco
para a cadeia de alimentação humana ou animal, conforme descrito em nota
oficial do ministério. "Reafirmamos nossa confiança nos controles
sanitários brasileiros e a identificação do caso demonstra a segurança e
eficiência do monitoramento do rebanho", finaliza o documento.
INFORMAÇÕES MT
O diretor técnico da Associação de Criadores de Mato Grosso
(Acrimat), Francisco de Sales Manzi, explica que o acontecido foi realmente um
caso atípico, por se tratar de uma consequência da degeneração cerebral em
animais de idade avançada.
"É preciso distinguir duas situações de diagnóstico. O
primeiro acontece muito raramente em animais idosos e o outro, quando o rebanho
é alimentado com ração que contenha produtos de origem animal. Na propriedade
aqui do Estado aconteceu o caso com uma vaca idosa e que já chegou ao
frigorífico sem conseguir caminhar", detalha.
Além disso, Manzi que é médico veterinário explica que os exames
realizados comprovaram a questão da atipicidade do caso, além de atestar que o
Brasil não perderá a condição de "risco insignificante da doença', junto a
Organização Mundial de Saúde Animal.
Na avaliação do diretor da Acrimat, a situação tomou um rumo indesejável, em razão da falta de apuração dos veículos de informação. "Quero parabenizar os órgãos de defesa sanitária brasileiros, que em razão de sua eficiência no tratamento do caso, evitaram que a credibilidade da pecuária brasileira fosse abalada por uma situação que pode acontecer, nos casos de bovinos com idade avançada", finaliza.
Fonte:
Correio do Estado