Ministra quer ampliar produtos brasileiros na Ásia
A ministra Tereza
Cristina (Agricultura, Pecuária e Abastecimento) informou que pretende ampliar
a presença de produtos brasileiros na Ásia. A partir de segunda-feira (6), a
ministra, junto com comitiva, inicia viagem de 16 dias por quatro países do
continente asiático – Japão, China, Vietnã e Indonésia.
Durante
a visita, a ministra vai discutir com as autoridades japonesas a abertura de
mercado para material genético, abacate, estabilizantes, extrato de carne e
carnes bovinas. Na China, alguns dos debates serão sobre exportação de produtos
de organismos geneticamente modificados, suco de laranja, novas tecnologias,
melão, status sanitário de produtos brasileiros e possibilidade de habilitação
de frigoríficos e empresas de lácteos.
Na
visita, a ministra participará do Encontro de Ministros da Agricultura do G20,
que ocorrerá em Niigata (Japão) no dia 11 de maio. Com isso, terá reuniões com
autoridades de outros países, além da Ásia. Com o vice-ministro da Agricultura
da Rússia, por exemplo, Tereza Cristina pretende tratar de soja, pescado,
farinhas e trigo.
No
Vietnã e na Indonésia, a ideia é abrir para a venda de bovinos vivos, farinha e
melão. "Olho no olho, conversa franca, com o intuito de abrir novos
mercados, novos segmentos para nossa agropecuária", disse a ministra, em
entrevista à imprensa nesta sexta-feira, na sede do ministério.
China
Com
o surto de peste suína africana atacando os rebanhos chineses, o Brasil quer
ampliar o fornecimento de carnes para a China, que é a maior produtora e
consumidora da proteína suína no mundo.
Tereza
Cristina destacou que o objetivo é mostrar às autoridades chinesas que o Brasil
tem condições de ser um grande fornecedor e dispõe de serviços sanitários de
credibilidade. Estima-se que o país asiático perdeu cerca de 30% de rebanho de
suínos em decorrência da doença.
"É
uma boa oportunidade para o Brasil se colocar, já temos grandes rebanhos de
aves, bovinos e suínos. Temos espaços para colocar nossas proteínas à
disposição do governo chinês, mas para isso temos de ter estratégia,
conversa", destacou.
O
Brasil tem 79 plantas de frigoríficos com possibilidade de serem habilitadas
para exportar para a China. Em visita no ano passado, técnicos chineses
vistoriaram 11 frigoríficos. Desses, um foi reprovado e dez tiveram de fornecer
informações adicionais. Agora, os chineses solicitaram ao Brasil a lista dos
estabelecimentos autorizados a vender para a União Europeia, que totalizam 33.
Além
dessa lista, a comitiva brasileira levará dados sobre estabelecimentos
inspecionados, mas que não são habilitados para a União Europeia; lista de
produtores de suínos habilitados para outros mercados exigentes como Estados
Unidos e Japão e produtores de bovinos, aves e asininos habilitados para outros
mercados exigentes com exceção da União Europeia.
"Amplia
[o pedido da China da lista dos habilitados para a União Europeia] e não
restringe a possibilidade de habilitação. É uma demonstração das autoridades
chinesas que eles estão dispostos de ir além do que está no papel para
habilitar mais estabelecimentos brasileiros", disse o secretário de
Comércio e Relações Internacionais, Orlando Leite Ribeiro, ao explicar a
inclusão da lista com as habilitadas para a União Europeia. O secretário
participou da coletiva e integra a delegação.
Sobre
nota da Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo) de que as
habilitações para China privilegiam grandes indústrias nacionais, a ministra
disse ter ficado "perplexa" com as críticas, já que a vigilância
sanitária da China solicitou uma lista para analisar as 79 empresas. A ministra
destacou que o propósito da viagem é de aproximação.
"As
coisas nesse mercado não são simplistas e não são para amador, tem muitas
variáveis e implicações", ressaltou a ministra.
Outro
tema é o impacto para o Brasil de um possível acordo entre Estados Unidos e
China, que prevê redução de tarifas para os norte-americanos e poderá alavancar
em US$ 30 bilhões as exportações para os chineses, incluindo soja e carnes.
"Queremos
medir a temperatura do problema interno que estão tendo [peste suína] e o
protocolo com os Estados Unidos", ressaltou a ministra.
Cerca
de 100 empresários, parlamentares e representantes de associações produtoras
irão integrar a comitiva. Os custos da viagem serão arcados por cada
integrante.
Fonte: Dourados Agora