As dúvidas dos especialistas sobre a perícia nos motores do avião em que Marília Mendonça viajava
Especialistas do setor de aviação têm levantado questionamentos sobre as
decisões (ou indecisões) do Centro de Investigação e Prevenção de
Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) em relação ao local em que será feita a perícia
dos dois motores do King Air C90-A que caiu com Marília Mendonça a bordo
na sexta-feira passada.
Inicialmente, os
motores seriam levados ontem o Centro de Serviços Aeronáuticos (CSA), em
Goiânia. Quando o caminhão que transportava o material estava a caminho, teve
sua rota desviada e seguiu em direção à sede do Cenipa, em Brasília.
Além dos motivos
que levaram o Cenipa a alterar a rota, há outra interrogação.
A CSA, uma empresa
privada para onde os motores iriam inicialmente, fica a 1,2 mil quilômetros do
local do acidente. É certificada pela Anac para perícias, mas não pelo
fabricante dos motores, a canadense Pratt & Whitney.
Já a Pratt &
Whitney possui em São José da Lapa, na Grande Belo Horizonte, uma oficina
especializada na revisão e manutenção de motores iguais aos que equipavam o
avião que caiu. E está localizada muito mais perto do local do acidente (cerca
de 300 quilômetros) do que a CSA (distante 1,2 mil quilômetros), para o qual o
material estava sendo levado.
Fonte: Lauro Jardim / O Globo