Em meio a bairros da cidade, estudantes geram renda com hortas urbanas em Dourados-MS

A procura por alimentos cultivados sem uso de defensivos agrícolas incentivou a implantação da RIHU (Rede Integrada de Hortas Urbanas) em Dourados, indicada ao Prêmio Coração Verde 2021 na Câmara Municipal nesta semana.

Este movimento social é formado por pessoas de diferentes áreas do conhecimento que atuam em funções definidas. As atividades vão desde mutirões para preparo da terra, até a distribuição de hortaliças, tendo sempre o desenvolvimento sustentável como principal diretriz.

Para produzir alimentos e proporcionar o complemento de renda de famílias, a RIHU busca utilizar de espaços urbanos como terrenos baldios, locais que poderiam estar abandonados e com risco de espalhar doenças como a dengue, por exemplo.

Nessa terça-feira (28), a reportagem teve a oportunidade de conhecer uma destas hortas agroecológicas, localizada em residência no bairro Jardim Tropical, região Oeste da cidade.

A equipe de reportagem foi recebida por Ian Vitor, 25, natural de Corumbá, estudante do curso de Geografia na UFGD (Universidade Federal da Grande Dourados).

“Eu nunca tinha morado em um lugar com espaço para cultivar. Comecei a fazer isso pela soberania alimentar da minha família. Para mim esse é o aspecto mais importante, além desse contato com a terra”, explicou Ian sobre a horta implantada em abril de 2020.

Rede comunitária

A RIHU nasceu a partir da apresentação em um simpósio de biodiversidade na UFGD e tem como referência o modelo CSA (Comunidade que Sustenta a Agricultura). A Rede busca alinhar desenvolvimento econômico, proteção ambiental e ação colaborativa entre os participantes.

Os papeis são divididos da seguinte forma:

Os ‘Guerreiros’ e ‘Guerreiras’ são aquelas pessoas voluntárias que acreditam nas diretrizes do desenvolvimento sustentável e da economia solidária. Estes participam dos mutirões de preparação do solo e semeadura.

Os ‘conselheiros’ são pesquisadores, também voluntários, pessoas ligadas as universidades que contribuem com orientações e tecnologias. Como é o caso da estudante de agronomia, Mariana Manzato, 24.

‘Guardiões’ são aqueles que cuidam diariamente das hortas e que ao final do processo são beneficiados com o dinheiro gerado na comercialização, suficiente para complementar a renda familiar, como no caso do estudante Ian Vitor que mora com a mãe e dois irmãos mais novos.

Já os ‘Arcanjos’ são responsáveis pela divulgação do cardápio de hortaliças nas redes sociais, negociação com os clientes e distribuição, atividade que tem sido executada pela graduanda em Gestão Ambiental, Maria Carolina Ferreira de Sousa, 21.

À reportagem, Maria explicou que realiza as entregas usando apenas bicicleta, mais uma maneira de incentivar o desenvolvimento sustentável através do uso de veículo com zero emissão de carbono na atmosfera.

Diversidade

As hortas com princípios agroecológicos têm como base a cobertura de solo com grama cortada e folhas secas. Isso proporciona a nutrição da terra, entendida como um “organismo vivo”, conforme explicação de Mariana Manzato.

"A cobertura vegetal serve para que o solo mantenha a umidade, a temperatura fique mais baixa e ocorra o processo de decomposição dessa matéria orgânica para nutrir o solo e a vida presente nele, como as raízes das plantas e os microrganismos", disse a futura agrônoma.

Atualmente, a Rede utiliza dois locais na cidade para cultivo, um no bairro Jardim Tropical e outro no bairro Vila São Francisco, região Leste.

Nestas duas hortas são produzidos pimenta, alface, couve, rúcula, cebolinha, jiló, beterraba, cenoura, rabanete, mamão, maxixe, abóboras, tomate cereja, plantas medicinais (hortelã, lavanda, menta, erva de santa maria, terramicina, mastruz), mandioca, peixinho, goiaba, banana, almeirão, espinafre, entre outros.

Para conhecer, acompanhar as ações ou adquirir os produtos produzidos é só procurar a RIHU (Rede Integrada de Hortas Urbanas) nas redes sociais Instagram e Facebook, ou entrar em contato diretamente pelo telefone (67) 99909-7197.

Sua saúde e o nosso meio ambiente agradecem!

Fonte: Dourados News

Categoria:Agronegócio

Deixe seu Comentário