Chineses contestam preços da carne bovina brasileira
Depois de provocarem
aumento na inflação no final do ano, os preços da carne bovina começam a
incomodar os importadores chineses. Na avaliação deles, os preços estão
elevados, os lucros da indústria são grandes e o câmbio permitiria um novo
acerto. Por isso, propõem uma renegociação dos valores.
Essas renegociações afetas pequenos e grandes frigoríficos,
contudo, aqueles que foram habilitados no m do ano passado estão com
dificuldade nessas renegociações. Muitos dos exportadores brasileiros zeram
empréstimos para as operações de embarque e agora têm dificuldades para receber
os valores acertados.
Essa mudança de preço proposta pelos importadores ocorre tanto
em produtos que ainda estão em navios em direção à China quanto nos que já
chegaram ao país. Os brasileiros admitem que os preços subiram muito,
principalmente no final de 2019, mas dizem que foi a própria China que elevou
esses valores. Ao aumentar as compras de carne em plena entressafra de bois no
Brasil, os chineses provocaram uma explosão nos preços do animal no pasto.
Os valores chegaram a R$ 231 por arroba. Agora estão em R$ 192,
segundo o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada). As
indústrias brasileiras pagaram esses valores elevados e a renegociação nos
patamares propostos pelos importadores não cobriria os custos do boi e da
operação de exportação. Segundo o dirigente de um sindicato do setor, há um
novo contexto preocupante.
A oferta de gado no pasto é pequena, os preços do boi vão se
manter elevados, próximos de R$ 190 por arroba, e os valores que a China quer
pagar não cobrem os custos da indústria nacional. Com isso, haverá redução de
oferta de carne para os chineses no primeiro semestre. Só no Brasil, as compras
de carne bovina pelos chineses somaram 494 mil toneladas ano passado, 53% mais
do que em 2018. Somado o volume que o país destinou a Hong Kong, o total é de
837 mil toneladas.
As exportações totais do Brasil atingiram 1,89 milhão de
toneladas no período. Os dados semanais da Secex (Secretaria de Comércio
Exterior) indicam que os preços, por ora, continuam elevados. Nas duas
primeiras semanas deste mês, o valor médio da tonelada de carne bovina foi de
US$ 5.146, com alta de 37% em relação a igual período de 2019.
Fonte:
Rural News