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Apesar de fraca, geada afeta produção de hortaliças em Dourados

Publicada em: 25/06/2025 13:16 - Agronegócio

As baixas temperaturas registradas em Dourados nesta semana impactaram diretamente a produção de hortaliças na zona rural do município. A cidade enfrentou duas madrugadas consecutivas de geada, o que causou queimaduras em plantações, especialmente nas folhagens mais sensíveis, como a alface.

Conforme dados do Guia Clima da Embrapa, na terça-feira (24), os termômetros marcaram a temperatura mais baixa do ano até o momento: 1,7°C às 4h30, com condições favoráveis à ocorrência de geada fraca. Já nesta quarta-feira (25), a mínima registrada foi de 2,5°C às 4h18.

Um dos produtores afetados foi Marco Antônio, da Chácara Recanto Feliz, localizada na BR 163 km 254,7 em Dourados. Com quase 50 anos de história, a propriedade é conhecida pela variedade de hortaliças que fornece a mercados, frutarias e restaurantes da cidade. 

A produção na chácara envolve cerca de 15 trabalhadores, com uma colheita média de 3 mil unidades por dia e abastecendo aproximadamente 30 pontos de venda no município.

“A gente trabalha mais com a variedade de hortaliças, folhagens, alface, almeirão, couve e algumas leguminosas, berinjela, quiabo, abóbora, mas o nosso foco aqui mesmo são folhagens tempero, salsinha, cebolinha, rúcula, coentro esse é o nosso foco.”

Segundo ele, o impacto da geada depende da intensidade. “A geada na terça-feira, foi mais forte e nesse caso a gente costuma esperar um pouco o gelo derreter para poder realizar o serviço, colher e tudo. Na terça ficou até mais tarde, um gelo mais denso, mais forte. E hoje, na quarta-feira, foi mais leve. Aparentemente queimou menos as verduras. Mas mesmo assim ainda afeta.”

Para evitar perdas, algumas estratégias são adotadas. “Quando a gente sabe que vai gear bastante, normalmente a gente colhe um dia antes as verduras que são mais afetadas. A alface, por exemplo, a gente colhe no dia anterior, colhe para dois dias, e deixa armazenada nos carrinhos para poder evitar que elas se prejudiquem”.

Mesmo com planejamento, nem sempre é possível preservar totalmente os produtos. “Tem algumas variedades que elas queimam mais fácil, então no dia anterior a gente colhe elas pra poder evitar que perca, pois conforme o decorrer das geadas vai ficando muito feio o produto e aí acaba nem vendendo”.

Além disso, o produtor relata que já tentou outros métodos para proteger as plantas.

“Já tentamos outros meios, como produtos defensivos para poder proteger ou evitar que queime, mas não tem muito sucesso. Em alguns anos a gente tentou fazer fumaça, fogo para poder ver se diminuir, mas também é imbatível pois os espaços são muito grandes e a gente não dá conta”.

Apesar do prejuízo, Marco Antônio explica que a alface colhida no inverno é maior e mais resistente, o que facilita a comercialização mesmo com algumas pontas queimadas.

“Em relação a essa queima da produção acaba interferindo, mas no inverno as alfaces são muito grandes então é só uma pontinha ali que está queimada, o resto está bom. A gente consegue vender tranquilamente, mas às vezes tem a reclamação do produtor, dos mercados, do consumidor, mas pelo tamanho das verduras acaba sendo até que tranquilo.”

Ele ainda aponta que, nessa época do ano, o consumo de folhagens como a alface tende a diminuir. “No verão, a alface é pequena, caso ocorresse algo que queimasse elas, a reclama seria maior e quase que não teria venda porque elas são menores. No inverno o nosso foco maior são os temperos, que o pessoal costuma fazer caldos, então em geral, a alface a gente colhe menos e foca mais os nossos trabalhos em cebolinha, salsinha, coentro e couve”, finaliza.

Fonte: Dourados News

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