Aprovada urgência na votação de texto que proíbe desapropriar terra produtiva
Projeto apoiado por ruralistas alega que
reforma agrária pode gerar instabilidade social no campo.
A Câmara dos Deputados aprovou, nesta terça-feira (26), a
votação em urgência do PL (Projeto de Lei) que proíbe a desapropriação de
terras produtivas para fins de reforma agrária. A proposta, apresentada pelo
deputado Rodolfo Nogueira (PL), altera a regulamentação da tratativa, com o
objetivo de garantir que terras produtivas, que atendem à função social
estabelecida pela Constituição, não sejam desapropriadas para esse fim.
O texto de nº 4357/2023 justifica que a desapropriação de
terras produtivas pode gerar instabilidade social no campo e prejudicar a
economia agrícola, pois os proprietários dessas terras podem se sentir
prejudicados. "Proprietários de terras produtivas se sentirão
injustiçados, o que pode gerar conflitos", alertou Nogueira. Atualmente,
as terras produtivas podem ser desapropriadas desde que não cumpram a função
social, conceito definido pelo STF (Supremo Tribunal Federal).
O parecer favorável do relator, o deputado Marcel Van
Hattem (Novo-RS), ressalta que a proposta busca fortalecer a segurança jurídica
no setor agrícola e garantir que a reforma agrária seja conduzida de maneira
mais eficiente, sem recorrer à desapropriação de áreas produtivas. O ruralista
afirmou que a quantidade de terras no Brasil é suficiente para realizar uma
reforma agrária sem precisar de novas desapropriações. Ele também criticou
decisões do STF que, segundo ele, interferem na competência do Congresso
Nacional e alteram o entendimento constitucional sobre a questão.
Ambas as comissões já emitiram pareceres favoráveis à
aprovação do projeto. No relatório da Comissão de Agricultura, Pecuária,
Abastecimento e Desenvolvimento Rural, o deputado Van Hattem afirmou que a
proposta se alinha com os objetivos constitucionais e defenderá a produção
agrícola, essencial para a economia do país. Já a Comissão de Constituição e
Justiça e de Cidadania destacou a constitucionalidade do projeto, que
"[...] busca proteger a propriedade rural produtiva conforme o
estabelecido no artigo 185 da Constituição Federal".
Fonte: Campo Grande News