Empresa chinesa monitora gado em MS para desenvolver nova tecnologia
Embrapa (Empresa
Brasileira de Pesquisa Agropecuária) e a gigante chinesa da comunicação Huawei
firmaram uma parceria para monitorar e desenvolver uma nova tecnologia de
gestão de animais no pasto. A pesquisa, orçada em R$ 1,2 milhões, será
desenvolvida na sede da Embrapa em Campo Grande com 32 bovinos.
A área em que
será desenvolvido o projeto tem 18 hectares, onde serão coletados de forma
automática os dados que vão ser compilados e posteriormente usados para
desenvolver a tecnologia pertencente a empresa chinesa - a Embrapa participa
como parceira do projeto que visa melhorar o bem estar animal e a produção.
'Uma série de
sensores ficarão monitorando os animais e outras situações. São três variáveis.
Uma delas é o ganho de peso. A outra são os parâmetros fisiológicos do animal,
como a temperatura, respiração, entre outras que vão nos revelar e as condições
de bem estar', explica o pesquisador Roberto Giolo.
Formado em
Agronomia, Giolo é integrante da equipe da Embrapa desde 2007 e desenvolve
desde o ano posterior de sua entrada pesquisas com relação ao bem estar dos
animais. Nessa pesquisa em específico, o terceiro parâmetro a ser coletado
pelos sensores são a temperatura ambiente, umidade, entre outros dados externos
ao animal.
'Tudo será
feito em tempo real e vai permitir que o produtor tenha noção de quanto o
animal ganha de peso por dia, ver os indicativos de estresse de uma maneira
geral. Isso dará subsídio para ele ter noção de quando intervir, ter a condição
de ver os índices adequados e, quando piorar, saber o que está acontecendo',
frisa.
Giolo é um dos
nomes à frente da pesquisa em Campo Grande, e conta ainda que esse estudo deve
durar um ano, já estando em desenvolvimento há quatro meses. Porém, o
monitoramento vai começar apenas em um ou dois meses, durando até abril de
2022.
'Como a Embrapa
já possui expertise tanto no manejo e comportamento animal, como na questão da
aplicação de tecnologia na produção rural, a Huawei nos procurou para firmar
essa parceria', destaca o pesquisador, completando que a tecnologia deve ser
posteriormente disponibilizada pela empresa chinesa ao grande público.
Além dos
sensores, que devem ficar na cabeça, colares e uma balança de passagem devem
ser usados de forma integrada para melhorar a produtividade e o bem estar dos
bovinos. Ao lado da Huawei e da Embrapa, também participa do projeto o CPQD
(Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações).
Na Embrapa,
além do departamento Gado de Corte, na capital sul-mato-grossense, também está
envolvido o departamento de Informática Agropecuária, do interior de São Paulo.
Ela é quem vai coordenador o trabalho para desenvolver os algoritmos de
Inteligência Artificial que darão suporte às aplicações da pesquisa.
'Esse conjunto
de dados de sensores, aliado à rede de Internet das Coisas e Inteligência
Artificial, vai ajudar a antecipar o ganho de produtividade dos animais e
aferir se o sistema de produção está alinhado às boas práticas', conta o
analista de TI da Embrapa, Camilo Carromeu - que fica na unidade paulista da
estatal.
As informações
coletadas na pesquisa, segundo Camilo, são importantes também para a adoção de
protocolos e a certificação dos produtores, com a obtenção do selo CNC (Carne
Carbono Neutro) ou CBC (Carne de Baixo Carbono).
A aferição das
condições de bem-estar animal serão feitas com dispositivos eletrônicos
conhecidos como BEP (Plataforma Eletrônica Bovina, na já traduzido ao
português). A tecnologia foi desenvolvida pela Embrapa e pela UFMS
(Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), e transferida para a startup
parceira Indext Soluções Tecnológicas.
Fonte: Campo Grande News